terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2009 no Rio

Neste final de ano 2008, me senti entusiasmado a escrever sobre o que o Rio pode esperar para 2009.

Embora, estajamos sob um cenário de crise internacional, o Estado do Rio de Janeiro promete crescer neste ano que está por vir. Uma das razões disso é Sérgio Cabral. Dois quadros geram tais expectativas: a) Devido à realização de uma política fiscal bastante responsável com Joaquim Levy à frente da Secretaria de Fazenda, o Rio de Janeiro ganhou destaque como bom centro de investimentos; b) Com sua estratégia política de aproximação ao Governo Federal e ao Presidente Lula, Cabral trouxe diversos investimentos federais para o Rio.

Cito aqui uma área que acredito ser bastante promissora em 2009: o turismo. E ainda dois projetos que serão, talvez, os mais importantes dos últimos vinte anos: a revitalização da zona portuária e a construção do arco metropolitano.

Turismo

Muitos pensam que o Rio sempre foi considerada a Cidade Maravilhosa, que sempre atraiu turistas devido às suas belezas. Mas não é bem assim.

O encantamento do Rio surge só em meados do século XX, com as reformas de Pereira Passos. O turismo, aliás, enquanto atividade econômica é, em si, algo novo, bastante recente na história da humanidade. Paris foi a primeira cidade a alcançar tal prestígio, transformando-se em pólo turístico, devido à reforma urbana de Hausmann, promovida em meados do século XIX.

O boom do turismo começa somente em 1950 e vai até 1973. Nesta época, o turismo realmente passa a existir enquanto atividade econômica e, a partir disso, a cada ano, ganha mais punjância.

Hoje, o setor de turismo movimenta direta e indiretamente cerca de US$ 4 trilhões anuais e gera cerca de 170 milhões de postos de trabalho em todo o mundo, o que representa 1 a cada 9 empregos criados no mundo.

No caso brasileiro, cerca de 7% dos empregos são gerados direta ou indiretamente pelo turismo. Podemos comparar com outros países da América Latina como República Dominicana, onde quase 20% dos empregos no país são gerados pelo turismo.

No entanto, devido à grande assimetria entre esta e a nossa nação, considero mais sensato a comparação com o México, por ser um país bastante industrializado e contar com uma grande população, assim como o Brasil. Neste caso, cerca de 14% dos empregos são gerados pelo turismo, direta ou indiretamente. Temos muito ainda a crescer nesse aspecto. Mesmo assim, um fato deve ser reconhido, depois de Costa Rica, o Brasil é o país mais competitivo da América Latina para o turismo.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIHRJ), nos próximos anos, o Rio deve receber cerca de R$ 1 bilhão em investimentos para a construção de 18 novos hotéis, desses, 16 ficarão na capital e 2 em Niterói.

Assim, a rede hoteleira de nosso Estado passará a dispor de 43 mil quartos, com a construção de 5 mil novos. Um fato interessante é que, desses 16 novos hotéis construídos na capital, 9 serão construídos na Barra da Tijuca e 1 no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade.

Um dos motivos desse ressurgimento do turismo no Rio é a nova onda de crescimento econômico. Com a criação de pólos de desenvolvimento econômico — como o metal-mecânico de Resende, o siderúrgico de Itaguaí, o petroquímico de Itaboraí e o petrolífero de Macaé. O Rio vem atraindo grandes empresas e, conseqüentemente, eventos de negócios que geram procura por hotéis.

No entanto, neste cenário de crise financeira global e recessão em muitos países do mundo, devemos apostar mais no mercado interno, e conseqüentemente, na expansão do turismo interno, ou seja, realizado por brasileiros.

Revitalização da Zona Portuária

Não é preciso grande conhecimento de economia para perceber a importância do comércio na acumulação de capital e na difusão de riquezas. Houve um tempo em que se acreditou ser a produção, primeiro agrícola, depois industrial, a fonte primária de riquezas de um país. Tal fórmula estava errada, é o comércio que mais produz riquezas.

Com o avanço da globalização, o comércio internacional ganha cada vez mais peso. É neste contexto que o comércio marítimo mostra sua força. É esta a forma mais barata e eficiente de se escoar a produção rumo aos grandes mercados estrangeiros. Assim, hoje, cerca de 40% do PIB do Reino dos Países Baixos (Holanda) passa pelo Porto de Rotterdam e 25% do PIB da Bélgica, pelo Porto de Antuérpia. Países como a próspera Cingapura movimentam sua economia através de seu Porto.

O Brasil, para aumentar a competitividade de seus produtos e, assim, atrair investimentos, precisa reduzir custos, uma dessas formas, é com o desenvolvimento da infra-estrutura portuária. O Novo Porto, inaugurado a cerca de 100 anos atrás, em 1910, fazia parte do projeto de reformas de Pereira Passos. Nessa época já se tinha consciência da importância do Porto do Rio de Janeiro como promotor do desenvolvimento urbano e econômico da cidade.

Quando almejamos essa reforma e revitalização portuária, não estamos falando apenas do aumenta da profundidade de acesso marítimo. Estamos também falando da reurbanização e revitalização de toda a área correspondente aos bairros no entorno do Porto. Devemos pensar esse projeto de maneira a criar alternativas econômicas na região, revalorizar os imóveis que já existem e induzir a novos investimentos privados.

Hoje o Porto do Rio é o 2o maior em movimentação de passageiros. Possui potencial de se tornar o primeiro em pouco tempo e crescer com o turismo.

A revitalização da Zona Portuária está orçada em R$ 335 milhões, a maior parte do investimento virá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, R$ 150 milhões. O resto será gasto pelo Governo do Estado (R$ 45 milhões), pela Prefeitura (R$ 14 milhões), pela Companhia Vale do Rio Doce (R$ 16 milhões) e outros investidores privados (R$ 110 milhões).

Arco Rodoviário do Rio

O arco rodoviário, o arco metropolitano, é um projeto que estrutura toda a malha rodoviária metropolitana, interligando 5 eixos já existentes (Rio-Vitória, Rio-Bahia, Rio-Belo Horizonte, Rio-SP e Rio-Santos) e terá, aproximadamente, 145 km.

As conseqüências mais marcantes são a difusão de capital financeiro, a melhora do fluxo de veículos em toda a região metropolitana do Rio de Janeiro e da capacidade de importação de exportação a partir do Porto de Itaguaí.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não vejo 2009 com tão bons olhos assim não.
E muito menos a política de Cabral.
Sem tocar nos pontos sociais e humanitários, que seria perda de tempo, pois acho que são consenso de que são medonhos, Sergio Cabral não tem até hoje realizado nada de importante no Rio.
Não avançou na substituição de cooperativas e contratos por concursados, não instaurou uma fiscalização eficiente que faça a maquina repelir a corruipção e o parasitismo, nomeou pessoas (ou grupos) que nada fazem por suas pastas e que na verdade compoem os complôs contra o usuário (cidadão).
É omisso e distante de sua própria administração, soltando criticas e emitindo surpresas com as abissalidades de seus comandados.

Isso tudo somado a sua veia cênica compoem um governador carismático e 'vaselina', que nada faz, tudo diz que fez e que na verdade, ainda nao disse a que veio. E isso, na administração pública, significa sofrimento para o povo e retrocesso para o Estado.

Feliz 2009.
Discordei da sua visão do governo, mas sua avaliação das potencialidades dos projetos é perfeita.

Acompanharei seu blog. Bastante interessante.

parabens e bom 2009!